Ovelha negra...
O que significa isto?
Como você se sente ao pensar nesses termos e se identificar com essa condição criada pelos humanos para marginalizar alguns?
Eu posso dizer que sou a ovelha negra da família. A diferente. A que vai contra certos ditames e princípios da educação que recebi. A que diz na cara o que tem vontade, que realiza coisas quem me fazem feliz.
E se faço coisas erradas, atire a primeira pedra quem nunca errou.
Sinto muito quando esse tratamento torna-se uma humilhação, uma subjugação.
Para quem é taxado como a ovelha negra, já sentiu um olhar indiferente quem convive com você, e ouviu palavras desagradáveis ou vivenciou situações constrangedoras. É como diz o ditado: “quem bate, esquece; quem apanha, lembra.”
Eu sou a ovelha negra porque decidi seguir um caminho diferente dos demais; sou a ovelha negra porque visto-me de uma forma que eu me sinta bem, não importa se a veste é de grife, nova ou velha ou que só foi usada há cinquenta anos atrás.
Eu sou a ovelha negra quando me expresso diferente, quando incomodo as pessoas com a minha maneira de ser, porque nasci pra ser alienado das normas que a própria sociedade impõe, e não aceito. Por isso sou marginalizada.
Eu sou a ovelha negra quando gosto de sorrir para as pessoas sem me preocupar com suas malícias, porque a mim foi dada essa alegria de viver e devo transmiti-la aos outros.
Sou a ovelha negra quando desejo fazer algo e sou impedida, porque meu sonho é careta demais e “já houve tempo para isso”, como se na vida existissem limites para as coisas que você pretende realizar.
Sou ovelha negra quando não há interação entre as pessoas que convivem comigo, seja na família no trabalho, ou fora dele. Isso também é chamado de assédio moral.
Sou ovelha negra quando meu sorriso é assassinado por olhares de reprovação, porque não posso exprimir o que sinto quando isso me sufoca.
Muitas vezes, esse grito fica preso na garganta, com vontade de sair e dizer ao mundo que eu sou normal, porque ser ovelha negra faz com que eu acredite que todas as pessoas precisam pensar um pouco.
Eu sou fruto do que vivi.
Muitas vezes as ovelhas negras só precisam de um aconchego, uma palavra, um sorriso. Isso ninguém se sujeita, porque seria “apoiar o errado”.
Hoje se fala tanto em diversidade de plantas e animais e o homem se esquece de que em sua espécie há diferenças. E essa diferença é que faz a vida valer à pena.
Sou ovelha negra assumida, não que eu queira aqui me rebelar contra alguém, ou fazer jus à minha pessoa, mas aprendi muito com essas situações e venho pedir a você, que ajude quem é diferente de você, não importa qual a diferença.
Mas faça você a diferença!